A Revolução Húngara de 1956
Uma Desmistificação do Processo de Desestalinização da União Soviética
Palavras-chave:
1956, Hungria, Desestalinização, Revolução, Conselhos OperáriosResumo
O ano de 1956 é emblemático para o movimento comunista internacional, pois é nele que ocorrem dois eventos – o XX do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) e a Revolução Húngara de 1956 – que demonstram o paradoxo constante, entre a suposta liberdade e o autoritarismo, através do qual a União Soviética vive desde a Revolução de Outubro. O processo de desestalinização que ocorre no XX Congresso do PCUS parece ser o fim desse paradoxo, uma vez que a denúncia do processo repressivo que Stálin instaurou é colocada como um desvirtuamento do caráter real da URSS, mas o que se observa é que quando este processo ocorre de fato na Hungria, o posicionamento de Nikita Khrushchov é o mesmo de Stálin, reprimir a revolução. A Revolução Húngara de 1956, assim como a Revolução Russa de 1917, foi constituída a partir dos conselhos de operários e camponeses que propunham a construção de um novo tipo de socialismo que não atendesse as demandas da Rússia, mas sim as especificidades da Hungria baseadas na experiência dos trabalhadores.