As Metamorfoses do Marxismo

Autores

  • Steven Gouldner Núcleo de Pesquisa e Ação Cultural - NUPAC

Palavras-chave:

Metamorfose, Marxismo

Resumo

O discurso da atualidade, da “moda”, neste ano de 1990, afirma que chegamos ao “fim da história” e que estamos vivendo a trágica “crise final” do marxismo. Restanos saber, então, qual é este marxismo que atravessa sua “crise final”, pois, como se acostumou admitir, existem vários “marxismos”. Na verdade, o marxismo de Marx e Engels – o marxismo original – é apenas um, embora tenha sofrido diversas “metamorfoses” no decorrer da história. Estas metamorfoses ocorreram tanto pelo desenvolvimento do capital e das lutas de classes quanto pela apropriação específica do marxismo em cada época, lugar e classe social. A primeira forma de “apropriação” expressa um aprofundamento das teses revolucionárias do “marxismo original”, pois continua expressando os interesses de classe do proletariado, razão de ser do marxismo; a segunda forma de “apropriação” revela-se uma deformação do marxismo. Portanto, devemos fazer o que Karl Korsch chamou de “aplicação do materialismo histórico a si mesmo”. As metamorfoses do marxismo não podem ser compreendidas através da concepção idealista dos “marxismos”. Podemos dizer, com uma ironia sarcástica, que hoje o “marxismo” dominante é o “marxismo” da classe dominante. 

Referências

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Publicado

07/08/2022

Como Citar

GOULDNER, S. As Metamorfoses do Marxismo. Revista Espaço Livre, [S. l.], v. 9, n. 17, p. 12–19, 2022. Disponível em: http://redelp.net/index.php/rel/article/view/574. Acesso em: 21 nov. 2024.