TERCEIRO SETOR, CLUBES DE TROCAS E CLASSES PAUPERIZADAS NA ARGENTINA: COSTUMES SOCIAIS E PRÁTICAS INSURGENTES
Palavras-chave:
Terceiro setor; Movimentos sociais; Lumpemproletariado; Argentina; Clubes de trocas.Resumo
Analisa-se no presente artigo, de um lado, o movimento dos clubes de trocas enquanto expressão da economia social, buscando examinar se tais iniciativas possuem de fato a característica de alternativa ou insurgência ao modo de produção capitalista. E
de outro lado, a classe social dos desempregados, ou lumpemproletariado, marginalizado na divisão social do trabalho, buscando aquilatar não apenas a sua tendência à cooptação pela classe dominante, como a sua adesão e participação junto aos clubes de trocas. Para tais análises, através de pesquisa bibliográfica e documental, e valendo-se do referencial teórico marxista, adentra-se no cenário do capitalismo argentino na década de noventa, até o início do século XXI, quando em decorrência da crise capitalista neoliberal, coexistiam tanto os clubes de trocas enquanto atividade fortemente difundida, quanto o movimento piqueteiro, composto pelo lumpemproletariado. Conclui-se que, enquanto atividade típica da economia social, os clubes de trocas são apenas uma prática ou costume social, mais frenquente em períodos de crise, e que não implica em contestação
social anticapitalista nem tampouco está coligado ao movimento do lumpemproletariado piqueteiro argentino e suas demandas políticas insurgentes.