“EM NOME DA MORAL E DOS BONS COSTUMES”:
CONTROLE, VIGILÂNCIA E OPRESSÃO SEXUAL EM CURITIBA/PR PELA DELEGACIA DE COSTUMES (1969-1983)
Palavras-chave:
Pânico Moral; Ditadura Militar Brasileira (1964/1985); Controle, vigilância e opressão sexual; Pesquisa Documental; Relatórios da Polícia Civil do Estado do Paraná.Resumo
Tomando como ponto de partida o conceito de pânico moral, tal como formulado originariamente por Stanley Cohen e desenvolvido por Richard Miskolci, referente aosdebates sobre o casamento gay no Brasil, esta proposta de comunicação aborda a políticade controle, de vigilância e de opressão sexual e moral em Curitiba durante os anos da ditadura militar, exercida contra grupos e sexualidades dissidentes, a partir de umlevantamento dos dados estatísticos e da análise dos relatórios anuais produzidos pela Delegacia deCostumes, entre os anos de 1969 e 1983. Trata-se de um aspecto ainda pouco explorado e documentado pela literatura científica e historiográfica, não apenas em razãoda dificuldade de acesso aos dados de repressão produzidos neste período, como tambémpelo fato de que as questões da sexualidade e da opressão sexual ficarem na margem daspesquisas sobre o período militar. Agindo nas interfaces do controle, da vigilância e da opressão dos corpos, desejos, afetos e sexualidades, os dados coletados sugerem uma atuação constante da delegacia de costumes na identificação, controle e detenção de dissidências sexuais, em nome da moral e dos bons costumes, durante todo o período ditatorial. Contudo, uma reorientação do trabalho policial da delegacia de costumes no final dos anos de 1970 parece terse operado, passando da repressão ao trottoir à repressãoà vadiagem.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
s autores que publicam na Revista Despierta mantêm os direitos autorais sobre seus manuscritos e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição–Não Comercial 4.0 Internacional (CC BY-NC). Essa licença permite que terceiros compartilhem, copiem, distribuam e transmitam o conteúdo, bem como realizem adaptações para fins não comerciais, desde que seja garantida a atribuição adequada de autoria e da publicação original.
A Revista Despierta autoriza a distribuição não exclusiva dos trabalhos publicados em plataformas de preprint, repositórios institucionais e redes acadêmicas (como ResearchGate, Academia.edu, SciELO Preprints, RePEc, entre outras), desde que seja mantida a referência completa à versão publicada na revista.
Os manuscritos aceitos e publicados são indexados em bases de dados nacionais e internacionais, conforme os critérios técnicos exigidos por cada plataforma.
As opiniões expressas nos artigos são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, o posicionamento institucional da editoria da revista.
A revista adota, formalmente, a Licença Creative Commons CC BY-NC 4.0, alinhando-se às diretrizes internacionais de acesso aberto, à promoção da ciência crítica e à ampliação do acesso público ao conhecimento.