A Última Superação do Marxismo

Autores

  • Georg Lukács

Resumo

É difícil que se passe um ano sem que Marx seja “superado” por algum solícito livre docente ou por algum filósofo da moda. A luta mortal que a sociedade burguesa deve realizar se desenvolve também no terreno ideológico. Estas superações mostram ao observador atento sempre o mesmo rosto. Mudam o teor da demonstração, os argumentos gnosiológicos ou metafísicos parecem novos, porém o caráter essencial, o ponto de partida e o ponto de chegada, são sempre os mesmos. Eles encontram sua origem na natureza pequeno-burguesa-parasitária da situação de classe dos intelectuais. vComo verdadeiros pequeno-burgueses, os intelectuais não estão em condições de verde maneira correta a realidade da luta de classes, e portanto menos ainda estão em condições de valorá-la. Eles tendem, como disse Marx, para as instituições estabelecidas, tal como para “não abolir os dois extremos, capital e trabalho assalariado, mas sim para atenuar suas contradições e levá-los a conviver em harmonia”. Dado que os intelectuais são seres parasitários dentro do Estado capitalista, este último se lhes apresenta com um absoluto, ou ainda como o Absoluto. Eles contrapõem à teoria marxista uma utopia que, despojada das frases mais ou menos sedutoras, repousa sobre a glorificação do Estado existente”.

Publicado

06.01.2023

Como Citar

Lukács, G. (2023). A Última Superação do Marxismo. Revista Sociologia Em Rede, 2(02). Recuperado de https://redelp.net/index.php/rsr/article/view/1050