O Trabalho Policial é Improdutivo?

Autores

  • Leon Denis da Costa Universidade Federal de Goiás

Palavras-chave:

Trabalho Policial, Trabalho improdutivo

Resumo

Engels (2009) formulou junto à narrativa do nascimento do Estado que, em meio às contradições da sociedade e ao antagonismo de classes, emergiu a necessidade de instituir uma força pública. Por conseguinte, a polícia foi criada como instrumento a serviço do poder estatal, que se tornou uma ferramenta da classe dominante, detentora do poder econômico e, fazendo com que os policiais fossem tão-somente agentes de controle social, “bodes expiatórios” para o funcionamento de uma ampla estrutura do poder e dominação. Outra concepção amplamente disseminada foi a formulada por Althusser (2008), que descreveu a polícia como um dos aparelhos repressores do Estado, incluída conjuntamente nessa lista com outros segmentos ou instituições, como os tribunais, as forças armadas e as prisões (agências prisionais ou penitenciárias), as quais se caracterizam por utilizar da violência física, seja de forma direta ou indireta, legal ou ilegal. Também, Althusser postulou em sua teoria dos aparelhos do Estado, os denominados de Aparelhos Ideológicos do Estado (AIE), que incluem instituições que agem não pela violência física, mas por meio da ideologia do Estado, dentre elas, a escola, a igreja, a família, as instituições políticas, as quais estão ancoradas em realidades e práticas ideológicas.

Biografia Autor

Leon Denis da Costa, Universidade Federal de Goiás

É graduado em Letras pela Universidade Estadual de Goiás e mestrando em Sociologia pela Universidade Federal de Goiás. Email: leondenis1978@gmail.com

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Publicado

2022-07-08

Como Citar

DENIS DA COSTA, L. O Trabalho Policial é Improdutivo?. Revista Espaço Livre, [S. l.], v. 11, n. 21, p. 55–70, 2022. Disponível em: http://redelp.net/index.php/rel/article/view/448. Acesso em: 27 jul. 2024.