O Fetichismo pelo Cinema em A Rosa Púrpura do Cairo

Abstract

Na cultura cinematográfica mundial, o cineasta Woody Allen aparece como um dos mais renomados da história de cinema. Os diversos prêmios, dezenas de obras escritas a seu respeito, trajetória artística, etc., fornecem a ele determinado status, reconhecimento e prestígio que não deixam dúvidas acerca da suposta grandiosidade do seu cinema. Allen também possui uma produção cinematográfica prolífica, mantendo em média um filme produzido por ano, sendo que, na maioria das vezes, ele que desenvolve o roteiro e dirige, e, em alguns filmes, atua. Até o momento da escrita deste texto, a filmografia de Woody Allen inclui 47 filmes e a expectativa é que ele consiga produzir filmes até o fim de sua vida. Dentre as dezenas de filmes produzidos por esse cineasta, delimitaremos a discussão a apenas um filme: A Rosa Púrpura do Cairo, produzido em 1985, nos Estados Unidos. Assim, o objetivo deste texto é apresentar uma interpretação correta do filme A Rosa Púrpura do Cairo (1985), ou seja, descobrir o significado original produzido pela equipe de produção. Viana (2012) discute que o processo de análise do filme precisa perceber o caráter social, histórico e cultural do filme, as relações entre capital cinematográfico e equipe de produção, as concepções estéticas, políticas etc., a intervenção estatal através da censura ou financiamento, as referências culturais da equipe de produção, a tradição fílmica etc., entre outros elementos. Para tanto, o autor aborda a importância da totalidade do universo ficcional e das mensagens transmitidas pelo filme, isto é, a percepção da totalidade do filme e suas partes constituintes.